Tuesday, May 09, 2006

Sobre o querer, o poder e os deveres.

Você desde criança foi educado por pais que ditavam regras e impuseram limites na sua vida. Eles por sua vez aprenderam que era necessário orientar os seus filhos para que não ficassem desorientados no mundo que se apresentaria nocivo e cruel com o passar do tempo.Cada qual de uma forma, foram moldando a sua personalidade e excluindo aos tapas e aos berros atitudes que consideravam ao seus olhos e à visão da sociedade como defeitos.
Você cresceu e formou o seu próprio caráter com base em todos esses conceitos presentes em sua infância. E se a sua rebeldia da adolescência se estendeu por mais alguns anos, provavelmente o conflito entre deveres e poderes se tornou maior, fora do limite de tolerância dos demais humanos.
E hoje você se encontra em um grande dilema: Ficar avesso aos deveres impostos pelo mundo e se tornar um marginal na sociedade, respeitando apenas os seus próprios impulsos e desejos... Ou cumprir habilidosamente todas as obrigações impostas por pessoas inferiores intelecto e emocionalmente que você.
Só que há um momento em que se dá conta que apesar de uma vida tão extremista, ora abandonada, jogada às traças, ora criativa e feliz, para tudo é necessário equilíbrio. E isso não contradiz com o que o seu senso de intuição pessoal racionalmente diz.
O equilíbrio não se esmera a palavras fervorosas e vitalidade contestadora. Porque afinal,não é sinônimo de passividade ou alienação.Ele não altera determinada matéria porque outra a complementa, ou age por si só no momento.Logo, o equilíbrio nos ensina a viver as horas.
Há horas para se morrer, outras para se viver, e outras para tudo isso ao mesmo tempo.
E quando se aprende a separar tudo isso, mesmo estando em conjunto, se aprende a viver.
E para viver além de querer, é preciso cumprir o seu dever de vida para exercer algum poder, mesmo que seja sobre você mesmo. Seguir as suas orientações e ter controle dos seus próprios atos, mesmo que sejam torpes e destrutivos é sinal de maturidade.E agora você não se espanta mais com você mesmo, nem com o sol quando aparece na janela no outro dia , você sabe que se cortou e que é capaz de suportar a dor.E o que se torna mais insuportável é a certeza que não há nada na vida que seja totalmente insuportável.E aí habitua-se a se cortar e a voltar sempre inteira, e descobre que esse é seu dever de vida, antes de querer qualquer coisa ...

2 comments:

A grávida said...

a vida nada mais é do que as horas... se bem que, acho que isso é meio ilusório, o tempo é um só, na verdade. as pessoas só dividem para tornas as coisas mais fáceis, é meio ilusório, sei la.

Anonymous said...

preguiça d ler