Wednesday, June 08, 2011


Farol


Vento .Cinzas. Caos. Úmidos .Chuva. Garoa.Frio.. Não podia ir pra casa.
Nem pra outro lugar. Pra onde ir. Quando sabia pra que ficar.Dos saudosismos encheu um copo justo de alguma bebida quente. Era sempre careta nos primeiros goles.
Gostava de conversar com quem trabalhava naquele bar, não só à amizade, mas para esmorecer como se nada fosse ali , naquele espaço, mera pessoa intransigente a passar e pedir algum copo de alguma coisa. A soda cáustica na chapa, a proibiçao do cigarro, a buzina, os problemas dos guardas da CET. Assuntos para que a assimilasse como uma qualquer, e para que pudesse ficar ali, quieta, a ler o seu livro de forma a esquecer o mundo. Nao queria que ninguem a olhasse. E quando olhava para alguém garantia isso. Encarava, pra despistar. Lembrava de pneus de borracha a correr alguma ladeira. Horas pra passar. Frios, diversos, quantos invernos. Perdia conta, não sabia mais quantas letras.
Seu casaco, sua bolsa, suas impressões. Seu olhar. Não sabia, nunca. E como achava sempre tudo. O gosto amargo, mudava, doce, ácido. Sempre imergida, egoista, talvez, pura impressão. Daquelas pontes, esquinas, balançadas de ar, folhas, árvores, pessoas apressadas, não mais as via. Submeteu-se a uma jaula de janelas abertas ao ar. Escorava, pendia algo sólido, liquido, puro ar pra verter suas pontas de dedos gélidas no canto de unhas roídas de um susto qualquer. Transpassava lembranças pálidas de uma cadeira torpe de um sonho. Vozes, nomes, e soluços, nada a fazer. Não as conhecia. Era como se criações de frases partes de sua vaidade incomensurável orgulho de coisas não ditas. Ilusões, sempre tão confortáveis em suas fitas de veludo, afetuosas, a chamar quem nunca as conheceu. Menina, correr , voar. Fabulosos defeitos de ninguem que disse. Conversas numa parede torpe passageira nas folhas. Sons de palavras não lineares sempre ali. Parecia ter aqueles inexistentes a manchar seus lenços a cada instante. Ria, assim como que absoluto, aquela vontade de estar. Nunca parecia preocupada com o que não de fato existia ali. Turvas, aquelas linhas de pele, fixas em sangue disposto, Reticências, vida, maldita, por estar. Nada que fizesse efeito. Aquelas patas marcadas em plano firme de um dia de sol ao luar. Sem inexistência, sim. Sussurros aparentes de sonoridades. Parece que sabiam. Certeza nunca chegava naqueles espaços tenros de nuvens marcadas pelo dia. Esquinas e ruas de proporções das luzes que precisavam se mostrar dispersas. Aqueles ventos novos para se achar na distância da velocidade em ligação. A falta de um espaço para guardar a tornou cada vez mais esquecida. Partiu de forma a pensar em horas intermináveis que não mais as via. A inocência encontrada, em repouso absoluto, fazia rir por corriqueiras passagens de humor. Percebia esse irrefutável grito.

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