Thursday, June 30, 2011

Os títulos sem texto.
As coisas que falam.
A fala das coisas.
A coisa do tempo.
O tempo das coisas.


tem gente em que a língua tropeça.

O nó que foi dado, arrancara todas as ranhuras imaginárias da sua pele
Parcos são os olhos que dizem o que vêem
Nuca próxima de um conforto dado à idéia fixa.
Lascas dos dedos que apontas durante as décadas
Finges válida aquela tão espera nenhuma já vista
Corpo dos desavisos ganhando a alma.

Wednesday, June 29, 2011


Vez ou outra cai assim, dentro de si, fecha a porta e tranca.

Ouve sussurros, vê paredes limpas ou quartos bagunçados.

Lá fora parece inverno, aqui dentro entra algumas frestas de luz.

Muito pó e cadeiras fora do lugar.

Tenta organizar: não sabe por onde sair, não sabe por onde entrar.

Senta e observa o que esquece por ali. A janela bate, e o barulho cessa.

Depois de descansar, sai. E, como sempre, esquece a porta um pouco aberta, para voltar lá, ofegante pra fechar.

Tuesday, June 28, 2011


os arquivos de fotos poderiam se mover na pasta para melhor visualização


Já tiradas as medidas das pontas de mesas
Avistados os prédios que ficam em sol de cores destoantes
Para reflexos da saída
O que não se explica por palavras indizíveis

Thursday, June 23, 2011



Com quantas piscadas de olhos se forma um pensamento?

O líquido sólido de suas maçãs a despertou de um sonho estranho, como se quisesse se explicar pelos inexplicáveis lenços desconhecidos do inconsciente.
Tarde para as escadas de ferro sustentadas pelo ar.
O indizível para o inexistente, nunca imaginado.
Precisava pensar em outra coisa, seus pensamentos saltavam em tom alto da mente.
E formavam quase palavras.

Wednesday, June 08, 2011


Farol


Vento .Cinzas. Caos. Úmidos .Chuva. Garoa.Frio.. Não podia ir pra casa.
Nem pra outro lugar. Pra onde ir. Quando sabia pra que ficar.Dos saudosismos encheu um copo justo de alguma bebida quente. Era sempre careta nos primeiros goles.
Gostava de conversar com quem trabalhava naquele bar, não só à amizade, mas para esmorecer como se nada fosse ali , naquele espaço, mera pessoa intransigente a passar e pedir algum copo de alguma coisa. A soda cáustica na chapa, a proibiçao do cigarro, a buzina, os problemas dos guardas da CET. Assuntos para que a assimilasse como uma qualquer, e para que pudesse ficar ali, quieta, a ler o seu livro de forma a esquecer o mundo. Nao queria que ninguem a olhasse. E quando olhava para alguém garantia isso. Encarava, pra despistar. Lembrava de pneus de borracha a correr alguma ladeira. Horas pra passar. Frios, diversos, quantos invernos. Perdia conta, não sabia mais quantas letras.
Seu casaco, sua bolsa, suas impressões. Seu olhar. Não sabia, nunca. E como achava sempre tudo. O gosto amargo, mudava, doce, ácido. Sempre imergida, egoista, talvez, pura impressão. Daquelas pontes, esquinas, balançadas de ar, folhas, árvores, pessoas apressadas, não mais as via. Submeteu-se a uma jaula de janelas abertas ao ar. Escorava, pendia algo sólido, liquido, puro ar pra verter suas pontas de dedos gélidas no canto de unhas roídas de um susto qualquer. Transpassava lembranças pálidas de uma cadeira torpe de um sonho. Vozes, nomes, e soluços, nada a fazer. Não as conhecia. Era como se criações de frases partes de sua vaidade incomensurável orgulho de coisas não ditas. Ilusões, sempre tão confortáveis em suas fitas de veludo, afetuosas, a chamar quem nunca as conheceu. Menina, correr , voar. Fabulosos defeitos de ninguem que disse. Conversas numa parede torpe passageira nas folhas. Sons de palavras não lineares sempre ali. Parecia ter aqueles inexistentes a manchar seus lenços a cada instante. Ria, assim como que absoluto, aquela vontade de estar. Nunca parecia preocupada com o que não de fato existia ali. Turvas, aquelas linhas de pele, fixas em sangue disposto, Reticências, vida, maldita, por estar. Nada que fizesse efeito. Aquelas patas marcadas em plano firme de um dia de sol ao luar. Sem inexistência, sim. Sussurros aparentes de sonoridades. Parece que sabiam. Certeza nunca chegava naqueles espaços tenros de nuvens marcadas pelo dia. Esquinas e ruas de proporções das luzes que precisavam se mostrar dispersas. Aqueles ventos novos para se achar na distância da velocidade em ligação. A falta de um espaço para guardar a tornou cada vez mais esquecida. Partiu de forma a pensar em horas intermináveis que não mais as via. A inocência encontrada, em repouso absoluto, fazia rir por corriqueiras passagens de humor. Percebia esse irrefutável grito.

Thursday, June 02, 2011


Nada, não.

Teus dedos pousam em teclas gastas.
O sol que entra na tela, te confunde do real céu.
Não havia ar, nem água, nem vento.
Não havia folhas espalhadas pela mesa.
Havia cores soltas, na multidão de um preto.
A madeira transcorrida de traços desordenados.
Como se ali não existissem, na imensidão de um plano.
Todas as plantas metades, pela janela.
Faz surgir linhas desregulares.
De um laço em círculos.
A formar idéias de espaço, no formato de uma ida.
Pousa os pés em um chão móvel.
Como a falta da lembrança nítida dos seus olhos assim que fixavam frente ao mar.
Areia perdida na plena certeza dos seus pés.
A girar seus braços na companhia do seu espaço.
Amplo, cheio do que já não existe.
Formas convictas dos seus respiros humanos.
Números para pintar um quadro de azulejos em sequência.
Visto ali parecia um embaralhado de cenas reflexas do dia.
Mais do que para, e na nitidez de seu sentido, nada fazer.
Minhas capas de chuva do jardim.
Nas esquinas pálidas de dor.
Converte suas moedas, poço cheio e relutante.
Presente suas escadas de andares atônitos.
A formar círculos dentro de uma árvore.
Corre, o muro de navios cravados de um giro.