
Antes de tocar as teclas ou tintas de uma caneta qualquer, alongo os braços, bocejo, me contorço, provoco estalos nos dedos, coço os cabelos, enrolo os fios entre as mãos, faço ar de desespero, amplio pausas.
É como se estivesse diante um exercício dificultoso, como uma sequencia aeróbica, ou a construção de um muro.
Quando começo a verter junções horizontalmente num espaço branco e imaginário, é como se estivesse sentada a beira de um lago límpido e puro ou um rio denso e poluído, e de acordo com tal perspectiva, jogasse pedaços destroçados de alimento para que os respectivos seres desses ambientes se juntassem ali.
Respiro aliviada com o resultado que quis, ergo as pernas que estavam relaxadas diante dessa formação, levanto e avisto de longe as palavras que o objeto de meu alimento compôs, mesmo que para isso alguns seres tenham se trucidado.
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