Monday, July 10, 2006

Agora toda sexta feira é a mesma coisa...
Ela sai de casa inesperadamente a convite de alguma festa,show ou comemoração e quando vê, está mais uma vez ansiando para estar de volta.
Passou a odiar as sextas mais do que qualquer segunda.
Os sábados também estão estranhos nessas últimas semanas, mais até do que domingos cinzentos.
Mas o que ela pensa agora é sobre as sextas.
Dessa vez perdeu mais uma de suas vidas.
Viu os dois descendo a rua escura, mas já não podia fazer nada, nem gritar, como faz nos seus sonhos.
Conseguiu uma discrição nunca antes vista ao pegar a bolsa que ainda estava dentro do carro e pensou que passava despercebida enquanto cruzava o portão.
Mas um brilho reluzente apontou para ela e o sujeito disse em tom de imposição:
-Volta, volta...!!!
Ela não podia pensar na hora, mas muito menos voltar.
Aproveitou a distração deles que tentavam ligar o carro e entrou no condomínio.
Uma das suas amigas também havia conseguido fugir e vocês correram muito, até entrar na casa e trancar todas as portas.
Mas todos ainda estavam lá fora, o seu amigo não quis arriscar a correr enquanto uma arma era apontada e ficou lá, com as mãos pra cima.
Depois de o carro arrancar, estavam todos dentro de casa, aparentemente seguros.
Enquanto esperavam a policia chegar, o carro roubado passa na rua de cima.
-Eles sabem que estamos sozinhos aqui!
-Eles vão querer roubar a casa!
E corremos mais uma vez a procura de um cômodo com chave.
Apesar da policia ter chegado à casa em poucos minutos e depois ter localizado o carro, estavam todos apreensivos, esperando noticias de quem ficara na delegacia.
Descobriu que estava mais uma vez inexplicavelmente salva, pois os bandidos haviam roubado mais dois carros e em um deles o motorista reagiu, levando um tiro na perna.
No sábado voltando da aula em um ônibus cheio para casa, vê um garoto sem uma parte do braço, vendendo doces.
Ele aparentava ter no máximo uns 6 anos, mas parecia forte e não sem esperanças.
De repente o ônibus freia bruscamente e ele cai perto dos seus pés.
Ninguém se move, ninguém faz nada, e você tenta levantá-lo puxando pela camiseta, já que estava com uma bolsa grande e pesada nas costas.
Os óculos escuros escondem todas as lágrimas e a revolta por haver tanta maldade e indiferença em cada ser humano.
Enquanto assaltantes te trazem cada vez mais traumas, e roubam para comprar drogas, armas ou por se sentirem excluídos da sociedade capitalista, há crianças que estão nas ruas implorando por um prato de comida.
E ela está muito triste, como nunca talvez esteve.
Chorando sozinha na janela, querendo fugir pra um lugar seguro.

5 comments:

A grávida said...

nossa, sei lá o q eu posso dizer, sei q to muuuuuito azarada mesmo...
acho q ontem foi o unico dia do fds onde tudo deu certo mesmo... hehe...

Anonymous said...

e tem lugar seguro?
porra eu tava no portão de casa
kct

Anonymous said...

Meu não aguento mais essas histórias...agora é só vc copiar e colar no seu próximo post de sexta, seus fds estão virando rotina

Viu, comigo não acontece nada...uma da manhã no term. bandeira e não fomos paradas nem por um mendingo...sou iluminada...hahahaha

se benze estranha...

tchau

Suzanna Ferreira said...

estranha é a vovozinha..! =/
é, a sua.

Monique K said...

eu naum falo mais nada
soh digo q acho q vou me trancar em casa e naum sair nunca mais