Friday, September 17, 2010



Ponto.

Gostava de ver as coisas cozinharem.
O calor da água borbulhando, fazendo tudo tomar outra cor, como se estivessem antes sem vida.
A forma que crescia, a criar movimento nas panelas, espalhadas no fogão.
Os cheiros invadiam toda a casa, e como uma ausência familiar, traziam lembranças e aqueciam sua mão encostada nos talheres, a criar rotas circulares, entre pausas, enquanto olhava para os outros pratos, a pensar em como organizar as coisas para o jantar.
A surpresa do que resultaria a fome de novos sabores.
Aprender a misturar os temperos, as combinações, o tempo certo para gratinar , o ponto ideal para cada um, sem receitas.
Não gostava tanto da demora do forno, que apressava os alimentos em consistências secas. Também evitava a agressividade do que fritava, com óleos agitados para terminar.
Tempos exatos para a água ferver, até que ela se acalmaria no final, reduzindo os sons de ebulição.

1 comment:

PSCICÓTICO said...

dAHORA... ME LEMBROU ISTO AQUI:

http://pscicotico.wordpress.com/2008/07/02/ainda-quero/