Monday, August 31, 2009





...E como a gente sobrevive






Friday, August 28, 2009



Saúda, sauda , saúdo, saldo, saudade,
Sufoca, sufoco, sufocante, cante.

Monday, August 24, 2009


Ontem foi 23.
E os oito dias se encaminham para o fim do mês...

Friday, August 21, 2009


Simples.


E de que adianta largar o cigarro se a fumaça lá fora é tão mais grosseira?
De que adianta parar de beber, já quem morreu de cirrose possuía mais amargura ?
Que adianta se explicar se o que é para ser entendido já foi?
E de que adianta correr tanto se o atraso é pontual?
De que adianta fazer tanto se é sempre o mínimo que é grandioso?
Que adianta descansar se o cansaço chega sem esforço?
E de que adianta procurar motivos para o que é inexplicável se um dia eles surgem ?
De que adianta tanta raiva se ela não vai mesmo durar para sempre?
Que adianta ser esnobe se um dia vai ter que se confrontar com a realidade?
E de que adianta julgar os outros se isso não passa de projeção?
De que adianta esconder sentimentos se eles não pedem para ser mostrados?
Que adianta procurar outros motivos se aqueles não sairão do lugar?
E de que adianta se achar esperto se os outros também são?

Eu te pergunto, de que?

Wednesday, August 12, 2009




...E a falta de medo é o que sempre a deixa apreensiva ...

Monday, August 10, 2009




Querida loucura

Às vezes tão presente em tiques nervosos
Uma alergia súbita no rosto
Faz coçar e arrancar os cabelos
Os silêncios são irreparáveis
E nem com um roteiro na mão haveria assunto nessas horas
Um misto de falta de lógica, com senso de direção, vertigem, não sei.
De repente alguns nervos são estimulados, leva um susto, a perna mexe só,
Os braços vão embora,
Coisas assim.
Os gritos noturnos ainda são piores
Acordam os vizinhos do fim da rua, faz latir os cães, mas não a acorda.
Palavras ditas sem sentido quando o sono bate, outras sozinha , já nem percebe.
Metodismos extremos para quem é tão fora dos prumos
Contar os minutos do banho, para acordar, para vestir peça por peça
Pelo menos sabe que a percebe
Em paz ela assim lhe acompanha.
E os mais loucos serão os inconscientes

Thursday, August 06, 2009


Sobre Poderes




As bulas de remédio não falam
Nem minha mãe disse
Os médicos nem tocaram no assunto
Uma semana já passou
Não fui proibida de beber
E o cigarro está vetado em vários lugares mesmo
Vamos lá, mais uma vez!
Mesmo que em mesas populosas me mantive firme
Mas com uma cadeira vazia em frente eu não sou capaz
Ainda sou daquelas escritoras fracassadas que escrevem alucinadas,
Com uma caneta na mão, um cigarro no outro, e um copo de soslaio
A qual gera textos que nem serão lidos, nem tampouco publicados
Ou muito menos honrados, frente às massas
Em meio a tosses ou problemas digestivos, vou assim a acompanhar ...
...as letras esvaídas em linhas imaginárias, num bloquinho perdido na bolsa qualquer
E me junto à minhas letras ilegíveis em meio a entrevistas não quistas em horário de expediente. Descubro sempre
Que há fracassos que são sucesso
E nem todo sucesso é de um não fracassado

Monday, August 03, 2009

Da série: Auroras

Cinza



Quem vive aqui, está habituado a andar em bandos,
A fazer transito em cada canto , rua, calçada, avenida.
Gosta de apressar o passo, mesmo que não esteja com pressa
Quem mora aqui, é sucumbido a andar deselegante, com pausas curtas entre uma perna e outra, a correr pelas escadas por não querer se embrenhar no meio da rolante.
As pessoas desse lugar estão sempre cansadas, de mau humor, e muitas são agressivas
Não relutam em dizer uma palavra áspera, nem titubeiam em atropelar as outras, mesmo que seja através de um bruto esbarrão de braços, sem pedidos de desculpas.
Aos que acordam sob esse céu, frequentemente estão deprimidas, e não ficam tristes com isso. As chuvas torrenciais, as garoas finas e irritantes, as poças de água que molham os sapatos finos no fim do dia.
Os que conseguem dormir na metrópole, ou estão deveras exaustos ou já iniciaram algum tipo de terapia para fugir da loucura
Yoga, meditação, pilates, qualquer coisa da moda que os reeduquem, palavra preferida dos modernos que simplesmente define a falta de inteligência de alguns...
Para respirar, para ver, ouvir, comer, viver...
Mas há os que desmaiam, por puro efeito dos copos, ou elementos quase imprescindíveis para sobrevivência nesse ar cinza , esfumaçado, denso, torpe, sujo.
Alguns o fazem para comemorar, outras para esperar o transito passar, aqueles não sabem marcar outra coisa que não seja isso...E ali tem, mais uma mesa com um único.
Em prédios vários, habitam outros que compartilham a presença apenas com a luz de um equipamento, ou em seu quase raro contato com a natureza, embalam conversas irreais com seus gatos e cachorros.
Tornaram-se tão egoístas e mesquinhas, que nem sabem os motivos que assim são.
Há ainda os piores, os ambiciosos, que a maior parte transitável em grandes empresas, usam palavras, trejeitos e cursam a mesma escola da aparência, da plasticidade, e imprimem sempre a mesma marca, doutorados em convencimento de outros com ainda mais vácuos internos.
Lá fora estão todos falando alto, animados com mais uma sexta feira, e vibram com uma sensação de libertação , de algo que nunca deixarão de estar presos.
Possuem também a ilusão de que são avançados, em relação a outras cidades.
Mas são meros copiadores de moda da novela das 8.
Se vestem também de acordo com os outros habitantes, pois haverá sempre um lenço quadriculado de varias cores pendurado nos pescoços pálidos por aqui.
Todos costumam pensar que há lugar suficiente, que basta “mostrar o seu melhor”, mesmo que as pérolas sejam nada autênticas.
E essa é a grande ilusão dos que ali habitam.
Se acham tão importantes, e não representam nada .
Para as massas, para os números, para todos.