Íris

Vejo as placas de transito, igrejas, oficinas e de compradores de ouro.
Vejo o fim de rua quando ela começa.
Vejo a fome descalça com um bilhete na mão.
Vejo a sujeira quando tudo está limpo.
Vejo a conclusão de um muro inacabado.
Vejo o desenho da fumaça.
Vejo o medo nos sorrisos.
Vejo a pressa dos pés imóveis.
Vejo o tempo passar nos papéis que se movem no chão.
Vejo o som quando leio.
Vejo cenas em azulejos bicolores.
Vejo luzes nas calçadas úmidas pela chuva.
Vejo a sombra antes de mim.
Vejo o sono quando o sol é refletido na TV do meu quarto.
Vejo conversas entre cabeças.
Vejo coragem na sutileza.
Vejo sobras onde falta.
Vejo listras entrelaçadas.
Vejo o mesmo quando surge.
Vejo desespero nas costas retas.
Vejo brigas entre abraços.
Vejo passos quando escuto.
Vejo chuva em seus cheiros.
Vejo insegurança em regras.
Vejo tudo, e isso cansa todos os sentidos.
2 comments:
paradoxos, né?
beijos.
Nem todos...!!...
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