Descobri que rever os dias é tarefa cotidiana de dezembros
desde que aprendi a escrever sobre coisas que passaram.
Percebi que por algumas palavras tantos anos seriam
definidos como surpresa, essa inesperada visitante certeira de alguns gloriosos
dias.
Enxerguei tanta coisa transparente aqui um dia e não tinha
me dado conta que às vezes queria escondê-las, quando eram belas principalmente.
Que as histórias que a gente não queria ter passado, nunca
deixarão de existir, mas pode-se esquecer, nos dias em que se sorri com o corpo
todo.
Que no vai e vem de tentativas na vida há o respiro de uma
tarde de silêncio que pode explicar muitas coisas.
Que o corpo gritará o mais alto que puder quando precisar
parar, e fará ele mesmo esse movimento.
Que podemos fazer poesia, mas nos transformarmos nela pode
ser um perigo real, já dizia um poeta.
Que deixar os escritos de lado ou o que você mais sabe fazer
pode ser tirar férias de si mesmo, ou descobrir novos dons.
Que posso desacelerar e confiar que as letras estarão sempre
ali: basta despertá-las de algum sono.
Que podemos ser profundamente silenciosos ou tomarmos o
espaço com nossa voz, e que algum lado pode querer existir por mais tempo.
Que a vida pode ser surpreendente e nos inspirar a sermos
quando quisermos.
Que não precisamos ser o ideal de ninguém e nem de nós
mesmos, que somos humanos errantes o tempo todo, na perfeição da eternidade.
Que o amor pode ser um encontro, mas também decisão, estado
de espírito, personalidade.
Que as coisas mudam o tempo todo. E que isso só é aprendido
quando se materializa e deixa de ser uma mera frase.
Que viver é transformar os dias, se transmutar.
A vida revela-se como a criação de novas vidas dentro de uma só, nesse renascer sem fim.
A vida revela-se como a criação de novas vidas dentro de uma só, nesse renascer sem fim.
1 comment:
Volta, Suzans!!!!
Post a Comment