Era pequena para falar , e também para andar, não tateava o balcão, mas pedia, com seus pequeninos olhos de um centímetro, que colocasse ali o nome de seu pai.
Sua mãe a carregava no colo, enquanto ele ficava ao lado, e pagaria os custos do registro.
Sim, ele continuou, durante todos aqueles anos, e em alguns primeiros mostrou existir ali ao seu lado, como o pai que ela queria registrar.
Como o seu primeiro cartão de natal, uma das lembranças que super valoriza em um mistério de sonhos em que nos agarramos nos únicos momentos bons, em uma caixinha de cartas e cheiros de mofos, datado de 1982, com tinta vermelha, afeto e palavras poetizadas, que durante muitos anos chorava quando procurou ler.
Mas outros registros foram cobrindo entre pó, o cartão. E não lembra quando parou de relê-lo.
Guarda hoje, o sertão, Mazzaropi, vitrolas de Nelson Gonçalves , as buscas na porta da escola, os gatos e cachorros, os filmes dos Trapalhões no cinema, o Viola minha Viola aos domingos.E é só.
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