Monday, February 18, 2013

1997

Tinha dias lentos em que de feliz sentia um nó profundo desaguado consciente de nenhuma tristeza, talvez apenas por isso, sua pele.
Esse transitável dia de mais uma vez único, seguiu-se uma chuva, prenúncios de fim de mundo, descrença nos fins, coisas guardadas, músicas que não lembrava como ouvir, nem como dizer mais.
Agora, o que já se foi.

Wednesday, February 13, 2013

Quantas despedidas cabem em uma vida?



Teve um dia, ontem, em que você imaginou que aquilo poderia virar saudade.
Mas, de um viver tão grandioso como é, daquele momento, trouxe a saudade que fica, e que não existe agora.
É algo que foi, e não volta, reluz em reviradas de fotos ou algo que nem na memória reproduz ao certo.
Necessária companhia de quem também passou aqueles dias, pra relembrar o que apagou-se com o vento.
Como uma carta não lida, fechada, com carimbos de correio, e tentativas de entrega.
Formam-se segundos de alegria absoluta de uma surpresa, como um presente em forma de lembrança que alguém vem entregar.
É um misto de felicidade que não volta, e um frescor de uma certa dor de um choro que não vem.
Fixa-se em uma respiração longa e nova, o instante exato em retomar o dia de hoje, e deixar a memória em uma caixa imaginária.
No coração, na alma, na mente, em volta do corpo, na história.
A transformação de algo em saudade é de tamanha existência por não ser mais visto.
Você sabe, mas não vê mais do jeito que viveu.
É um filme que paira no ar, sem localização ou projetores.