
Quando tocam seus pés em chãos já vistos em ruas esguias a enaltecer as ultimas garoas de um lugar comum.
Fumaça e vapor enquanto se confundem a um transito estático que não resulta a lembranças perdidas e assim inéditas.
No espaço de portas entreabertas com dizeres cheios de palavras em códigos e não entendíveis para confundir a cidade.
Desenhos são vistos aqui de cima como uma tela, a olhar de um avião imaginário de um aeroporto travado por falta de asas.
Tenta com desvalia, atravessar entre prédios que escondem cenas entre suas janelas e portarias sempre tão desérticas e que dão sono.
Poderia jogar rosas fossem elas de qualquer forma ou cor, sob esse céu torpe e vazio, a quebrar os caules a uma ventania e tirar toda a pigmentação antes de chegar ao solo?
O que dizer a bocas que falam em desarranjos horripilantes enquanto sobrancelhas arqueiam ao que bem entendem, em uma lasciva inconsciência de palavras?
Levanta, desce as escadas e deixe-se levar por elas, como um carrossel envelhecido de luzes que piscam a cada andar como se falhassem ao pular os desníveis.
Escutaste antes as músicas instrumentais que por falta de suas linhas, faziam dançar em porões úmidos e cheios de baratas escondidas entre os copos noturnos.
Quer agora o seu corpo aqui, a levar idéias absurdas em conjunção a cérebros mentirosos, que calculam entre os desviares de retinas perdidas e secamente inflamadas.
Solta brilhos em camadas sangrentas em plantações de milhos, antes de quebrar xícaras de café da tarde, em uma cozinha matriarcal.
Aquelas prateleiras estarão sempre lá, mesmo que não haja lugar para expor seus dedos silenciosos a lerem o que tocam.
Vai sempre a andar sob esgotos para observar o que ninguém vê, como ratos invisíveis cor de asfalto preto fálido.
Achariam o que sabem de cartilhas impregnadas de fórmulas seguras que unem à mesmice em seu grupo de discussão enquanto sente um vento gélido repentino.
Olhares familiares que ainda não foram trucidados com o passar de décadas, e que talvez carreguem esse peso de uma morte tão miserável que não existiu.
Desperta no limiar dos seus panos a mostrar que é outro dia a revelar em espelhos que se movem numa consistência de humores instáveis e derretem as imagens para sempre.
Ficam incrustadas nas paredes que desmoronam pó das idéias fixas da juventude envelhecida com pulsações tão infantis.


