Wednesday, February 25, 2009

A volta que sempre vai



Estava só, a pensar em coisas já impensadas e aí percebeu que com tanto silêncio as palavras não ditas tomavam mais fúria para sair de uma clausura que há alguns instantes atrás era suave paz serena . Mas com o impulso das frases prestes a se formar, ela sentiu um desejo forte, que como por vida própria a fizeram escrever.
E percebeu o que ficava tão à frente dos seus olhos: para escrever basta uma folha e uma caneta. Assim sentiu-se tão liberta de qualquer dificuldade, como se escrever sempre seria possível mesmo que só, sem grana, sem crédito.
Ah as palavras pareciam bailar em um ar livre e deixam um rastro de brilho imaginável .
E assim certificou que era essa a felicidade que tanto buscávamos.
Ficarmos sós conosco de uma forma incansável, pois lá dentro era habitado não por várias personalidades, nem duplas faces, mas por inúmeras possibilidades de frases!
As palavras estariam sempre lá, mesmo quando não escritas.
E escrever seria provável até quando não escrito , pois estava desde sempre a preencher seu caderno de folhas gastas , a fazer tudo alí dentro funcionar como o movimento de suas páginas.

1 comment:

Anonymous said...

Nunca pare.