Folhas no telhado

Os ventos mudaram a direção na última noite.
E a porta da entrada que estava só encostada, bateu algumas vezes, na tentativa inútil de ficar trancada definitivamente.
Um sopro gelado se confundia com brisas quentes que invadiam toda a sala.
As cortinas dançavam uma seqüência leve de movimentos que só aquele momento poderia registrar.
Os tapetes até tentavam se desprender do solo, mas o vento era suave demais para chegar ao chão.
Só os tecidos em situação elevada eram capazes de serem atingidos, mas ainda assim, permaneciam intactos e inabaláveis.
Era inverno, mas a mudança da rotatividade do planeta fez com que desconhecidos fenômenos da natureza aquecesse aquele lugar.
E era preciso deixar a porta ainda encostada, porque ao contrário dos dias comuns de inverno, o vento era necessário para manter aquela temperatura.
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