
Hoje de manhã acordo de novo atrasada, olho para o relógio e pela 4ª vez da semana levanto as 9h00, desesperada com esse meu sono profundo que não me deixa mais levantar e que some durante a madrugada. Será isso insônia? Eu defino como morbidez matinal, porque é quando o sol invade minha janela e as cortinas do meu quarto, o momento que eu não consigo sair da cama mesmo, e isso nem atribuo ao frio ou a qualquer outro motivo neurológico, distúrbios no sistema límbico, ou ainda uma doença psicossomática.
Acho que é a vontade de ficar por entre as cobertas para sempre. Depressão? Suicida? Maníaca.,Neurótica? Não, não, dessa vez esses sintomas estão longe daqui, o que há é apenas uma fadiga sobre humana da mesma espécie, é algo anestésico, mas ao mesmo tempo dolorido, é um sarcástico que deixa feliz, e dessa vez não traz mágoa, é vontade de
ficar numa ilha deserta e pedir socorro por sinais de fumaça, mas depois fugir do resgate. É um sorriso verdadeiro dessa vez, sem cinismos mas que se assusta com ele próprio.
É uma raiva do mundo, mas uma emoção saudável dessa vez, pois não está intrínseco entre meus rins, como o ódio, que implica em angustias. Eu ainda posso aqui, nessa calçada, ter um transtorno físico agudo ou um derrame, mas será somente isso, porque dessa vez não estou com ódio, porque o ódio consome o equilíbrio interno cronicamente, e é compatível com o câncer, com arteriosclerose, com as diabetes e hipertensão crônica. E eu ainda inexplicavelmente quero viver muito e me vislumbrar com essas feições decadentes em todo lugar.
Pessoas que varrem a calçada dão bom dia, outras estão felizes com um batom que acabam de ganhar, há aquelas que se animam com a família, trazendo novidades pra quem não quer ouvir, e há ainda todo o tipo de entusiasmo ou irritação que não me comove e me deixa com lágrimas travadas na falta de fluidos em minhas glândulas oculares.
Sábio é o louco que discute pela rua com seus pensamentos sem desesperos por não fazer se entender...





