No sofá.
Crise de tosse ininterrupta durante várias madrugadas me fez largar o cigarro nesses dias.
Como se não bastasse, parei de beber (pelo menos líquidos gelados) e decidi ficar reclusa em casa.
Para ter a certeza que eu não estava com tuberculose já que a minha tosse durava há mais de três semanas, e os cartazes de ônibus e aquela propaganda ridícula do cachorro que leva o dono ao hospital insistiam em falar do assunto na minha frente, resolvi ir ao médico.
Depois de receber a noticia que o meu pulmão inexplicavelmente estava vivo e não carbonizado como eu imaginava, passei na locadora e voltei para casa.
Conformei-me em ter que perder as baladas do fim de semana e ainda agüentar minha mãe ao gritos e o meu pai resmungando pelos corredores a cada minuto.
Eu talvez lembrei de alugar O segredo de Brokeback Mountain por ter deixado de ir mais uma vez na parada gay , mas foi uma boa troca.
Apesar da minha tentativa de avisar o meu pai sobre o que era, ele ficou na sala achando que se tratava de um filme sobre amigos cowboys brincando em algum rancho, mas se ausentou logo quando passa a primeira cena de noite chuvosa no acampamento em Brokeback.
O filme escancara a relação dos garotos deixando transparecer todos os seus desejos e medos de uma forma direta, sem subjeções. E consegue a proeza de ser sutil, leve, e bonito.
Fiquei torcendo pelos dois, mas não havia a possibilidade de ficarem juntos no cenário da época, dois trabalhadores de um rancho no Texas na década de 60.
Ocorreu a tragédia que previam e que interrompeu o amor dos dois.
Em tempos de 3ª (ou 4ª?) edição da Parada Gay fico pensando se a sociedade realmente mudou e aceita, ou pelo menos respeita as pessoas que possuem uma outra opção sexual.
Mas eu sempre acho que as pessoas são hipócritas e acabam engolindo esses casais às suas vistas como sapos enormes e gosmentos, difíceis de digerir, só para conseguir conviver já que não há o que os impeça.
E os preconceitos são colocados da boca para dentro de forma que ninguém manifesta discaradamente, mas o sente relutar dentro do estomago de forma agressiva.
E quando a dor aumenta eles não perdem a oportunidade de manifestar todo o seu asco em relação às pessoas que são diferentes. E digo não só em relação ao homossexualismo, bissexualismo, transexualismo, regionalismo, raça ou religião. Eu falo de diferenças no geral.
Porque até mesmo esses nomes são rótulos e discriminam as pessoas de forma a separar o mundo em grupos restritos ,sem diversidade.
Não é a questão da minha inconstância patológica que me faz pensar que podemos ser vários ao mesmo tempo. O problema é a sociedade que de tão limitada, se assusta com outros formatos de seres humanos.
2 comments:
adorei o que a ana carolina disse uma vez: ela nao se rotula gay e nem bi, gosta das duas coisas, acha um saco o alvoroço q a mídia e as pessoas fazem em torno do assunto, fica na dela e pronto. "é iiisso ai!"... haushiuahsia
eu acredito nisso
e o pior e apssar depois da parada gay pela Paulista ...
isso eh pior
e sobre o meu post eh sim aquilo q vc pensa sim .. sim aquela epoca
bjoooo
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