Wednesday, December 20, 2006




"Todas as coisas fora do lugar ficam fáceis de ser encontradas, apesar da falta da certeza da visualização imediata e do tato.
É preciso memorizar e sentir o que se quer achar de forma que a liberdade dos objetos fora dos compartimentos são atraídos um tanto instintivamente quando se necessita
."

***Simbologia de uma mesa de trabalho ociosa e pensante ***

Tuesday, December 19, 2006




A heart that's full up like a landfill
A job that slowly kills you
Bruises that won't heal
You look so tired and unhappy
Bring down the government
They don't, they don't speak for us
I'll take a quiet life
A handshake of carbon monoxide
No alarms and no surprises
(…)
Silent, silent
This is my final fit, my final bellyache with
No alarms and no surprises
(…)
No alarms and no surprises please
Such a pretty house, such a pretty garden
No alarms and no surprises (let me out of here)
(…)
(No Surprises-Radiohead)

“Não lembrar o que se fala ou se faz pode ser tão perigoso quanto dormir com nós mesmos”

Monday, December 11, 2006

Eu já vivo tão cansado
de viver aqui na Terra
minha mãe eu vou pra Lua
eu mais a minha mulher
vamo fazê um ranchinho
todo feito de sapé
Triste Bahia!
Eu já vivo tão cansado
de viver aqui na Lua
minha mãe eu vou pra Marte
eu mais a minha mulher
vamo fazê um ranchinho
todo feito de sapé
Triste Lua!
Eu já vivo tão cansado
de viver aqui no Marte
minha mãe eu vou pra Arte
eu mais a minha mulher
toco fogo no ranchinho
e seja o que Deus quiser
Triste Marte!
Eu já vivo tão cansado
de viver aqui na Arte
minha mãe eu vou pra Vida
eu vou sem minha mulher
não preciso de ranchinho
nem da porra do sapé
Triste Arte!
Eu já vivo tão cansado
de viver aqui na Vida
minha mãe eu vou pra Morte
lá tem o que Deus quiser
Ele que dê o ranchinho
Ele que dê o sapé
Triste Vida!
Eu já vivo tão cansado
de viver aqui na Morte
minha mãe, vou pro seu Útero
cê vai sê minha mulher
sua barriga o meu ranchinho
sua placenta o meu sapé

(C'antiga -Porcas Borboletas)

Havia um vaso de planta no meio do caminho
No meio do caminho havia um vaso de planta.
O vaso de planta foi colocado no meio do caminho.
No meio do caminho um vaso de plantas vermelhas
O vaso foi deixado na avenida de manhã.
Os carros passavam ao lado da planta
As rubras folhas apenas se moviam com o vento
O vaso preto estava acidentalmente na divisão entre as faixas
Nenhum veiculo acertou as plantas
E o vaso entre a faixa de pedestres era observado no farol vermelho
O caminho era o mesmo depois de dois dias
Mas o vaso não estava mais lá
Ou será o caminho que mudou?

Monday, December 04, 2006


A pasteurização nos sentimentos ou sobre como desisti da alta médica



Olhar desoladamente para o infinito com um ar triste, não achar graça em nada, sorver palavras melancólicas ao vento, e assumir que se toma remédios de tarja preta nem sempre ocorreu por real necessidade na vida de muita gente, já que não é só disso que se faz seres humanos problemáticos.
Exceto os casos de superação de traumas complexos, algumas pessoas que se dizem curadas da depressão são mera balela nos atendimentos psicológicos.
Não tenho mérito para falar com propriedade sobre o assunto, mas apenas minha vivência com o “distúrbio” (já que precisamos de rótulos, vamos lá!) me dignifica para refletir sobre o tema. Pessoas depressivas podem estar alegres em muitos momentos, podem tomar partido das suas vidas, e de repente estão só prestando atenção em algo ou raciocinando sobre o que observam. Assim como não se curam do mal com remédios que as levam da euforia ao sono em minutos.
Os médicos, a sociedade, o mundo cientifico tentam em vão curar, achar uma bula, ou um tratamento eficaz que elimine de uma vez por todas tudo que grita em seu corpo para que seja fácil se relacionar com pessoas iguais e com os mesmos sentimentos.
E como é difícil lidar com um louco! Seus devaneios, delírios, olhares repentinos, gestos desenfreados, teorias aparentemente sem sentido sempre confunde tudo que estava definido e em seu lugar.
Os mais conservadores poderão dizer que a depressão é uma doença reconhecida na OMS –Organização Mundial de Saúde-, e que o que estou dizendo é pura conclusão equivocada.
Uma doença. Assim poderia ser entendido os estágios de desequilíbrio nos níveis mais profundos do subconsciente, se este estivesse isolado a estímulos sociais e acontecimentos acidentais ou extraordinários.
Também há um outro fator que está relacionado à transmissão do distúrbio geneticamente. Talvez aqui faça sentido, mas se é esse o caso, analise se as pessoas envolvidas na família reagem da mesma forma a doença. Certamente não, porque cada uma possui os seus motivos próprios, que distanciam também a hipótese dessa segunda tese.
Acho que os seres humanos que crescem extirpando demônios, que se entristecem quando tudo está bem, que pagam o preço pela sensibilidade aflorada não possuem cura, e mesmo que encontrem um remédio ou um jeito de descansarem um pouco as suas cobranças internas e com o mundo, uma hora ou outra a “doença” volta à tona, e assim tudo está perdido, mais uma vez.
Em alguns casos, conseguem canalizar essa ira em obras geniais que geralmente são reconhecidas quando eles desistem de tudo. Mas nem sempre se transforma em produção todos esses complexos mentais. Em ambos os casos, tentar eliminar esse desvio é prova da fraqueza geral do ser humano. Pois como dizia um autor que eu não lembro agora, :“Cada um sabe a dor e a delicia de ser o que se é”.